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6/07/15 às 18h59 - Atualizado em 29/10/18 às 11h14

Casa da Mulher Brasileira realizou mais de 220 atendimentos

Desde a sua inauguração, em 3 de junho, a Casa já atendeu a 53 mulheres

CMB InternaNo seu primeiro mês de funcionamento, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) já acolheu 53 mulheres, totalizando 222 atendimentos. Os números foram divulgados pela coordenação do espaço nessa sexta-feira (3/7), durante o primeiro encontro do projeto “Escrevendo uma nova história”. A Casa faz parte de um dos eixos do programa Mulher, Viver sem Violência, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

A secretária de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Marise Nogueira, lembra que a Casa da Mulher Brasileira é um sonho em construção. “E a procura das mulheres é que construirá este sonho dia após dia”, almeja. “Para isso, a pasta está trabalhando, em conjunto com os outros órgãos, para efetivar a prestação dos serviços durante 24 horas e ampliar o quadro de servidores”, explica.

Demanda ininterrupta – R.S., 45 anos, buscou os serviços da CMB logo no primeiro dia de funcionamento. “Cheguei antes das 8h, pois estava precisando de ajuda”. A dona de casa sofreu violência por tanto tempo que nem lembra quantos anos se passaram; chegou à beira da morte ao ser esfaqueada pelo ex-companheiro. Hoje, busca um novo sentido para a vida. “Em algum lugar do passado, deixei meus sonhos de vida. Com o apoio recebido aqui na Casa, estou conseguindo resgatá-los e construir novos”, avalia.

A equipe multidisciplinar da Casa presta atendimento psicossocial continuado e dá suporte aos demais serviços ofertados. Auxilia a superar o impacto da violência sofrida; e a resgatar a autoestima, autonomia e cidadania. “Com um mês de acompanhamento, sinto que sou uma nova pessoa – estou até namorando. Agora, pretendo fazer cursos para conseguir um emprego e voltar a viver, livre de violências”, projeta R.S.

Quem também buscou atendimento psicossocial foi a jovem Lúcia (nome fictício), de 46 anos, mãe de quatro filhos. Durante 20 anos, ela conviveu com a violência diariamente e, mesmo após o divórcio, passou dez anos sendo perseguida pelo ex-marido, hoje preso pelo homicídio de sua companheira. “Sofri os cinco crimes tipificados pela Lei Maria da Penha e duas tentativas de homicídio. Busquei o atendimento da Casa da Mulher Brasileira porque não via outra forma de refazer a minha vida”, lamenta.

Somente após a prisão do ex-marido foi que Lúcia conseguiu terminar o ensino médio e matriculou-se em uma faculdade. “Não podia estudar; nem meu pai, que ficou internado na UTI, eu podia visitar. Foram anos vivendo um pesadelo. Com o acolhimento que recebi aqui na Casa da Mulher, estou recuperando minha autoestima, autonomia e independência. Este espaço é a luz no fim do túnel que eu tanto busquei”, afirma.

Mulher, Viver sem Violência – A Casa da Mulher Brasileira de Brasília é um complexo que conta com todos os serviços especializados para atender a mulher vítima de violência, como delegacia, juizado, defensoria, promotoria, alojamento de passagem, equipes psicossocial e de orientação para emprego e renda, além de brinquedoteca e área de convivência.

O juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e coordenador do Centro Judiciário da Mulher (CJM), Bem-Hur Viza, afirma que este modelo de funcionamento sintetiza um dos propósitos da Lei Maria da Penha e agiliza ainda mais os processos, possibilitando uma sintonia maior dos órgãos que atuam na proteção à mulher. “O apoio que prestamos aqui gera um impacto para além da violência imediata, pois atuamos na pacificação das relações familiares”, esclarece.

A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública do DF, Dulcielly Nóbrega, destaca que os serviços da defensoria só ficam atrás do acolhimento psicossocial. “A maioria dos casos está relacionada à Lei Maria da Penha, cerca de 90%. Mas também atendemos demandas de outros direitos, como divórcio, alimentação e guarda. Também oferecemos serviços de entrevista para avaliação de risco, ajuda na elaboração de plano de segurança e pedido de medida protetiva”, destaca.

Custeada pelo governo federal, a obra ficou em cerca de R$ 8 milhões. A gestão será compartilhada durante dois anos entre os governos federal e de Brasília. Nesse período, os gastos com infraestrutura, estimados em R$ 13,7 milhões, ficarão a cargo do Executivo nacional. Atualmente, 59 servidores atuam na Casa, sendo 44 do Governo de Brasília e 15 dos órgãos parceiros do Poder Judiciário e do Ministério Público.

Ascom Semidh
3961-1782 / 3425-4779 

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