A Casa da Mulher Brasileira (CMB) recebeu hoje (23) a Delegação da União Europeia. A visita com a finalidade de conhecer a estrutura da unidade contou também com a apresentação do projeto profissional dos grupos Flor do Cerrado, Mulheres de Hamsá e Revitalize. Todos compostos por participantes dos cursos do Serviço de Promoção da Autonomia Economia de Mulheres(SPAE), que ofertou as usuárias da Casa capacitações diversas, e ainda cursos promovidos pelo Programa Pronatec Mulheres Mil.
A Casa oferece um espaço integrado e humanizado de atendimento as mulheres em situação de violência. Reúne serviços especializados, tais como psicológico, jurídico e social. O Spae, por exemplo, visa a colocação das mulheres em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho e foi criado pelo Governo Rollemberg. Para a Iara Lobo, coordenadora da Casa, a mulher só rompe as constantes agressões se tiver autonomia financeira. “Por isso a iniciativa foi criada”.
Como é o caso de Maria, 46 anos. Ela afirmou que sofreu violência durante 30 anos e só resolveu dar um basta nesta situação após ver, por meio de uma matéria jornalística, os curso oferecidos na Casa. Hoje cuidadora de idosos formada pela iniciativa e estudante do curso de massoterapia desenvolveu um plano de negócios junto com a Mulheres de Hamsá, está apta para o mercado de trabalho e ganhar autonomia financeira. 'Agora me olho no espelho e me sinto mais confiante, independente e bonita”.
A coordenadora guiou toda a visita da União à unidade e a subsecretária de Política para as Mulheres, Lucia Bessa, explicou sobre a rede de atendimento do DF, que é composta por quatro Centros Especializados de Atendimento a Mulher – CEAM, 13 Núcleos de Atendimento aos Autores Vítimas de Violência Doméstica -NAFVD, Ônibus da Mulher e Casa Abrigo. Segundo ela, todos esses equipamentos e mais a CMB atenderam mais de 18 mil pessoas em 2016. Desde a inaugiração da Casa foram contabilizadas 870 mulheres que deram entrada na CMB, o que gerou no ano passado 5.008 entre primieros atendimentos, retornos, visitas e crianças.
A subsecretária disse que todos e todas desta Casa prestam o serviço com amor e paixão, como se fossem para eles ou elas próprias.”Todos têm compromisso com o que fazem. Para tratar de uma temática difícil que tratamos aqui todos os dias é necessário ter uma missão de vida, a de cuidar das mulheres do Distrito Federal. Não é à toa que Brasilia tem a melhor rede de atendimento às mulheres vítimas de violência do Brasil”.
O embaixador João Cravinho e sua equipe parabenizaram o serviço desenvolvido na Casa e afirmaram que a ideia de integrar diversos equipamentos em um só lugar é incrível. A CMB existe há quase dois anos e foi a segunda, das três, a ser criada no país. A intenção é construir uma em cada estado. Toda a rede de atendimento à mulher pertence à Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh).
Mulheres de Hamsá
As Mulheres de Hamsá se destacaram na apresentação com metodologia Desing Think, que usa a necessidade das pessoas como base no processo de resolução de problemas. Ana Cristina Nogueira, formada em massoterapia pelo Pronatec, ressaltou os valores inovadores do empreendimento das Mulheres de Hamsá.
Por: Camila Piacesi