Questões envolvendo o recorte de gênero e direitos da mulher passarão a ser tratadas em sala de aula. Olgamir Amancia enxerga a medida como mais um item no enfrentamento à violência contra a mulher
Foi publicada ontem, 18, no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a Resolução Normativa nº 1/2012, do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), que reformula e atualiza as normas para o Sistema de Ensino do Distrito Federal. O documento inclui um capítulo que assegura como conteúdo obrigatório, nos ensinos fundamental e médio, os direitos da mulher e outros assuntos com recorte de gênero.
De acordo com o documento, constituem conteúdos dos componentes curriculares obrigatórios da educação básica, entre outros pontos, os Direitos da Mulher e outros assuntos com o recorte de gênero nos currículos dos ensinos fundamental e médio. Olgamir Amancia, secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF), destaca que a publicação da resolução torna o DF o primeiro Estado brasileiro a trazer, como item obrigatório, os assuntos para dentro das salas de aula das escolas públicas e particulares. “A homologação da norma mostra um entendimento do Estado em contar com a educação para a mudança de uma nova cultura, baseada em relações livres de preconceito, machismo e sexismo”, afirma Amancia.
Ainda de acordo com a secretária, esta política resultará em inúmeros desdobramentos, que poderão ser mensurados ao longo dos anos. “De forma concreta, a inclusão destes temas em sala de aula configura-se em um novo paradigma de enfrentamento à violência, pois além de multiplicadores, os alunos estarão aptos a lutar pela educação emancipadora e pôr em debate temas que foram colocados na invisibilidade durante muitos anos, como o machismo, patriarcalismo e sexismo”, acredita Olgamir Amancia.
Nilton Alves Ferreira, presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), explica que as questões de recorte de gênero e direito das mulheres serão abordadas de acordo com cada faixa etária, assim como acontece com as demais matérias do currículo escolar. “O aprendizado deve ser contínuo, dinâmico e didático, de acordo com a evolução de cada aluno. Assim, teremos condições de construir um novo modelo de sociedade, que valoriza a mulher em sua plenitude”, explica o presidente.
A secretária Olgamir Amancia explica que a SEM-DF já está trabalhando com a Secretaria de Educação para a elaboração de um material didático para os professores trabalharem em sala de aula com os alunos. Além disso, será utilizado o material que a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) disponibiliza.
O artigo e o capítulo que trata da inclusão dos Direitos da Mulher está na página 11. Para ler a resolução completa, clique aqui.
Foto: Castro