Nessa quarta-feira, 3, a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF) realizou mais um “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania”. A atividade é um dos eixos de trabalho do programa Rede Mulher, que se caracteriza como uma política pública intersetorial, multidisciplinar e integrada, formulada sob a concepção do trabalho em rede. Desta vez, o encontro aconteceu Parque de Exposições Agropecuário de São Sebastião.
Cerca de 30 pessoas participaram da atividade, que teve palestras que trataram de assuntos como igualdade de gênero e Lei Maria da Penha. Também foram abordados temas como as várias formas de violência contra a mulher e dos serviços especializados de atendimento à vítima de violência. Assuntos como sexismo, machismo e patriarcalismo também estiveram na pauta dos debates.
A secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, reforça a importância de se levar conhecimento às regiões mais isoladas dos centros urbanos. “Os mutirões se propõem a funcionar como instrumentos de divulgação das políticas públicas que beneficiam diretamente as mulheres e como instrumentos de apoio à mobilização comunitária das mulheres para a adesão às políticas públicas do GDF e outras instituições”, explicou.
Esses encontros são realizados com objetivo de promover entre as participantes uma reflexão conjunta sobre como o machismo está posto na sociedade, e se devemos aceita-lo ou não; como homens e mulheres podem contribuir para a construção de uma cultura baseada na igualdade de gênero; se ainda é aceitável que os homens agridam suas esposas; e qual é o papel de cada um para que haja uma reversão desta sociedade marcada pela desigualização. A dinâmica das atividades realizadas durante o encontro foi feita de forma que possibilitasse a contribuição e interação entre os presentes, enriquecendo, assim, o debate sobre os temas propostos.
Indicadores – A cidade do São Sebastião é um dos 33 pontos de fragilidade social detectado pela Pesquisa Socioeconômica em Territórios de Vulnerabilidade Social no Distrito Federal, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, em fevereiro de 2011. O Índice de Vulnerabilidade Social identificado na Região Administrativa de São Sebastião foi de 53%, variando entre 47% no setor Tradicional e 58% no Residencial Oeste. Os principais grupos de população vulnerável que compuseram o índice da RA foram o Grupo II (família com renda familiar per capita inferior a um quarto de salário mínimo), Grupo IV (família na qual há uma mulher chefe, sem cônjuge, analfabeta e com filhos menores de 15 anos) e Grupo VII (família na qual há uma pessoa com 4 a 14 anos que não estude).
Das cerca de 48 mil pessoas que residem na Região Administrativa de São Sebastião, uma parcela relativamente maior é composta de mulheres (52%) e pessoas negras (64%). Mais da metade da população desta RA tem entre 21 e 60 anos incompletos (53%), outros 17% têm entre 6 e 15 anos e 5% são idosos. Cerca de 29% são chefes de família, 20% são cônjuges e 42% são filhos.
Na Região Administrativa de São Sebastião, existem crianças em 42% dos domicílios, sendo este percentual mais elevado no Residencial Bosque e em São José (52% em cada) e menor em São Francisco (36%). Em 30% dos domicílios, as crianças ficam sob o cuidado de parentes, amigos ou conhecidos quando os responsáveis precisam sair de casa; e em 3%, são deixadas na creche.
Thiago Gomide de Andrade