Na tarde desta quinta-feira, a secretária adjunta de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Vera Lúcia da Silva, e a subsecretária de Política para Mulheres, Lúcia Bessa, e a diretora Eloísa de Oliveira Varela Alves visitaram os Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd) do Plano Piloto e do Núcleo Bandeirante.
De acordo com a secretária Vera Lúcia, a ideia é conhecer cada um dos equipamentos para falar com bastante propriedade acerca deles. Os Nafavd oferecem tratamento psicossocial às pessoas envolvidas em situação de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Funcionam como parte dos requisitos que o agressor tem que cumprir para obter um tipo de “sursis” ou suspensão do processo.
Público
A maior parte do público atendido nos Nafavd é masculina, pois o tratamento é obrigatório para os homens e facultativo para as mulheres. Nos Nafavd os atendimentos são individuais, num primeiro momento de acolhimento, posteriormente são formados grupos de 10 a 12 pessoas atendidas coletivamente ao longo de 8 a 12 sessões, por duplas de atendentes formadas por especialistas de áreas como psicologia, assistência social e pedagogia, e por agentes sociais.
À frente do Nafavd de Brasília, situado provisoriamente no prédio do Fórum Desembargador José Leal Fagundes, a psicóloga Eveline Horta de Souza salienta a importância de trabalhar com a questão do gênero, indispensável para desconstruir a agressividade como elemento constitutivo da masculinidade e para estimular o cultivo da autonomia entre as mulheres, para tomarem conta de suas próprias vidas.
Fila
. No Nafavd de Brasília, há uma turma em atendimento coletivo e há cerca de 70 homens à espera e no do Núcleo Bandeirante há 71. Em atendimento, o agente social Fabiano Moreira, chefe do Núcleo, e a psicóloga Juliana Maluf contabilizam 23 pessoas, número equivalente a duas turmas, uma encerrando e outra que deveria ter começado, mas esbarra na dificuldade de o Núcleo estar momentaneamente sem linha telefônica que fale para celular, o que inviabiliza a convocação das pessoas.
A subsecretária de Política para Mulheres, Lúcia Bessa, disse que o serviço é uma “menina dos olhos” desta gestão. Além das medidas pontuais e específicas a cada equipamento, ela examina possibilidade de sugerir o restabelecimento de convênio com órgão do Ministério da Justiça que já aportou recursos materiais e humanos para os Nafavd e considera vital existir um Nafavd em Ceilândia, cidade há vinte anos recordista na violência contra a mulher.
Aula magna
Pela manhã, a Casa da Mulher Brasileira foi a sede da Aula Magna do Projeto Maria da Penha Vai à Escola, fruto de um convênio entre o Centro Judiciário de Resolução de Conflitos e Cidadania da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CJM/DF), do Tribunal da Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), e a Secretária de Educação (SEE-DF), com o apoio da Subsecretaria de Política para Mulheres da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh).
“Com este projeto nós vamos alcançar as crianças para que evitem replicar as mais diversas formas de violência punidas, que muitas delas vivenciam em seus lares”, disse a subsecretária de política para mulheres, Lúcia Bessa. Para ela, a iniciativa do centro judiciário liderada pelos juízes Carlos Bismark e Ben-Hur Viza, do CJM, “é fundamental para cultivar entre as crianças a cultura da paz e outros mecanismos de resolução de problemas que não sejam a agressão e a violência”.