Nessa segunda-feira, 12, a Secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, Olgamir Amancia Ferreira, participou da sessão conjunta solene do Congresso Nacional em homenagem aos 25 anos da União Brasileira de Mulheres – UBM. Na ocasião, foram abordados temas como o fortalecimento da participação política feminina. No senado, a fatia feminina é de apenas 10%.
“O avanço feminino frente à política mostra a força da mulher para desafiar as barreiras que lhes foram culturalmente impostas. Temos a mesma competência para ocuparmos esses cargos. Não está certo discriminar e diminuir o sexo feminino privando-nos a apenas poucas tarefas. Seja em cargos eletivos, seja em postos de direção nos órgãos executivos ou no sistema judiciário, o poder ainda é predominantemente ocupado por homens”, observou Olgamir.
A União Brasileira de Mulheres foi uma grande protagonista em momentos importantes na história do feminismo e da política brasileira. Levantando a bandeira da entidade, mulheres de todo o país vêm escrevendo capítulos marcados por conquistas que culminaram com avanços nas políticas de gênero do país.
A UBM nasceu em 1988 em Salvador (BA). O histórico construído ao longo desses anos não é apenas em defesa das mulheres, mas de solidariedade às grandes lutas da sociedade contemporânea tais como a redemocratização o país, a defesa intransigente dos direitos dos afrodescendentes, dos trabalhadores rurais, dos LBT's, dos idosos, dos indígenas, dentre outras muitas bandeiras.
“O resultado dessa atuação é um reconhecimento, em nível nacional, de que a UBM é uma das maiores entidades ligadas à defesa dos direitos das mulheres no nosso país”, avaliou a coordenadora nacional da UBM, Elza Campos, lembrando que uma das conquistas da união é a cota mínima de 30% nas candidaturas para eleições proporcionais. “E isso ainda é pouco. Queremos 50%”, declarou.
O mesmo tom foi adotado por Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que está à frente da Procuradoria Especial da Mulher do Senado. Vanessa reiterou que questões como essa têm de estar nas discussões sobre reforma política, já que “uma das principais lutas que travamos no país inteiro é pelo empoderamento das mulheres, pela participação política feminina”.
Para permitir que isso aconteça, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG) defende a lista com alternância (em que homens e mulheres se alternam na ordem das listas fechadas para votações proporcionais) e o financiamento público, “que liberta o voto do mercado, do poder econômico”. Primeira presidente da UBM, Jô Moraes é a coordenadora da bancada feminina na Câmara.
“A invisibilidade política das mulheres no Brasil é resultado de uma herança patriarcal da qual ainda não conseguimos nos libertar e também de uma democracia insuficiente quanto à representação”, avaliou a deputada.
Homenagens – Após os discursos foram feitas as homenagens. A Procuradoria da Mulher do Senado homenageou a UBM que, por sua vez, homenageou as ex-dirigentes da entidade e representantes dos estados.
Fizeram parte da mesa de autoridades, além do Presidente do Senado, a senadora Vanessa, a deputada Jô e a presidenta da UBM, Elza Campos; a secretária-adjunta da SPM, Rosângela Rigo; a secretária da Mulher do DF, Olgamir Amância; a representante do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), Lúcia Rincom; e a representante da Federação Democrática Internacional das Mulheres (Fedim), Liège Rocha.
Com informações da Agência Senado | Foto: Marcos Oliveira