Governo do Distrito Federal
15/08/13 às 20h29 - Atualizado em 29/10/18 às 11h13

Secretaria da Mulher luta pela igualdade de gênero na construção civil

As Secretarias da Mulher e de Trabalho, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), o Instituto Federal Brasília (IFB) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) realizaram, na manhã de hoje, 15, um café da manhã de confraternização com as alunas formadas nas duas primeiras turmas do Programa Mulheres na Construção.

Durante o encontro, as pintoras e azulejistas emitiram a Carteira de Trabalho e foram inseridas no sistema de oferta de empregos das Agências do Trabalhador da Secretaria de Trabalho. “O ingresso das mulheres na construção civil não é um processo fácil. Vocês precisam manter a garra e mostrar o quão são competentes para romperem com as barreiras do preconceito e da discriminação”, disse a secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia.

Esperanças – A titular da pasta ainda lembrou que o mercado da construção civil, ao longo dos anos, não foi pensado para agregar o valor do trabalho das mulheres. “Por este motivo, ainda há um grande processo de resistência das empresas que, aos poucos, a Secretaria da Mulher – no campo das suas articulações em atenção às mulheres – tem tentado contornar”, complementou.

Lucilene Fernandes Inácio, 45 anos, pintora formada pelo programa, acredita que as construtoras estão expandindo a contratação de mulheres. “A partir de segunda, começo a trabalhar em uma grande empreiteira, com carteira assinada. Sou mulher e não sinto vergonha nenhuma em trabalhar na obra. Sinto-me imensamente feliz por estar realizando um sonho”, garantiu a trabalhadora.

Inácio foi cozinheira durante 19 anos. “Não era feliz no meu trabalho, pois não fazia o que gostava. Hoje, sonho em crescer no mercado da construção civil, por isso, assim que tiver uma oportunidade, farei o curso de Técnico em Edificações também oferecido pelo IFB”, idealiza.

A ex-operadora de telemarketing Ieda Maria de Oliveira, 46 anos, viúva, mãe de dois filhos e moradora de Samambaia, não conteve a emoção. “Saia das aulas e ia direto para o trabalho. Muitas vezes, chegava em casa depois da meia noite, mas acordava cedo no dia seguinte para não perder nenhuma aula”, lembrou, aos prantos, a ex-aluna.

“Batalhei porque tinha o sonho de ingressar na construção civil, por ser uma área que paga bem para quem tem profissionalismo (hoje, ganho três vezes mais do que recebia como operadora). Meu sonho é ter condições de concluir o ensino superior e ser uma assistente social. E eu vou alcançá-lo”, afirmou.

Igualdade de gênero – Para permitir que outras Lucilenes e Iedas também ingresse no mercado, a Secretaria da Mulher vem realizando um conjunto de articulações com órgãos de governo, entidades e empresários. Recentemente, a pasta promoveu uma sensibilização com gerentes de 15 Agências do Trabalhador para explicar a amplitude do projeto ‘Mulheres na Construção’ e a importância do acolhimento humanizado às mulheres.

Além disso, como as agências são responsáveis por parte da captação de vagas, a sensibilização serviu também para mostrar a importância de convencer as empresas do setor a ofertarem as vagas com flexibilização de gênero, Afinal, setor é historicamente resistente ao ingresso da mão de obra feminina.

Participaram do encontro o superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado; o secretário de Trabalho, Bispo Renato Andrade; a coordenadora do programa Mulheres na Construção do IFB, Joseleide da Silva; e o diretor do Sinduscon-DF, Égades Veríssimo.

Mulheres e mercado de trabalho – As mulheres representam 51,5% da população. São chefes de 24,099 milhões de famílias, das 64,358 milhões que vivem em domicílio particular. Em média, dedicam 7,5 anos aos estudos, contra 7,1 anos dos homens. A média de vida das mulheres é 77,7 anos em contrapartida à dos homens, que é de 70,6.

“Segundo dados do setor, a ascensão do número de mulheres na construção civil iniciou no ano de 2011 e, desde então, vem conquistando cada vez mais profissionais, com a ampliação dos cargos exercidos, como os de chefia e direção. Até mesmo os salários, que, há pouco tempo, eram diferenciados, hoje, começam a ser equiparados”, revela Cláudia Afonso, coordenadora da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres.

Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, o trabalho doméstico deixou de ser a atividade que mais emprega mulheres: em 2009, 17,1% das mulheres economicamente ativas eram trabalhadoras domésticas. Em 2011, esse percentual diminuiu para 15,6%. A atividade que mais emprega mulheres é o comércio, sendo responsável pelo emprego de 17,6% delas e, em segundo lugar, estão as atividades de educação, saúde e serviços sociais com 16,8%.

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