Durante todo o dia de hoje, Secretaria participou das atividades do encontro
Nessa terça-feira, 11, a secretária da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Semidh), Marise Nogueira, representou o governador Rodrigo Rollembeg na abertura da 5ª Marcha das Margaridas, realizada no anel externo do Estádio Nacional Mané Garrincha.
A saudação à chegada das margaridas contou com a presença de lideranças femininas, ministros e secretários de Estado, senadores, deputados estaduais e federais, dirigentes sindicais e delegadas e delegados internacionais representando 15 países. Mais de 50 mil pessoas participaram da abertura.
Para Marise Nogueira, mais que um momento de luta por direitos e por igualdade, a Marcha representa a força das mulheres. “São poucos os movimentos que conseguem reunir um grande número de pessoas, em prol de uma causa. Além da pauta feminista, é notória a luta por políticas públicas que venham a contemplar ainda as grandes necessidades do campo, das águas e das florestas”, explica a secretária.
O presidente da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura, Alberto Ercílio Broch, parabenizou a organização da marcha pela habilidade política em concertar a união de forças de orientação política diversa ou concorrente na busca de um objetivo comum. Coordenadora da Marcha e secretária nacional de Mulheres da Contag, Alessandra Lunas disse sobre os 15 anos de marcha: “Não é pouco tempo; não é muito tempo: mas o suficiente para construir uma unidade”.
A dirigente lamentou muito os retrocessos legislativos em relação à inclusão das discussões de gênero nos planos de educação. “Não há notícia de nenhum município que as tenha aprovado”, protestou, dizendo que assim não se combate a violência de gênero. A fala de Alessandra antecipou críticas dirigidas à mídia durante a noite. Dirigindo-se à secretária Marise, Alessandra agradeceu o apoio do Governo de Brasília às margaridas, e manifestou espanto diante da “grande” preocupação dos jornalistas brasilienses que seguidamente a abordaram para saber como haviam conseguido ocupar o Mané Garrincha.
O discurso do ex-presidente Lula chamou a atenção para o processo democrático de reivindicação feito pelas margaridas, o citando como um exemplo de persistência a ser seguido. “Vocês aprenderam depois de muitas Marchas que é possível mudar a história desse país. Quanto mais a gente quer, a gente conquista. Democracia não é um ato de silêncio, mas é o povo da rua reivindicando direitos”, afirmou.
Na virada do milênio, as mulheres do campo organizaram a primeira marcha, aproveitando a data para cunhar o slogan “2000 motivos para marchar”. Agora, mulheres do campo, das florestas, das águas e das marés vêm à cidade com “2015 motivos para marchar”. A incorporação crescente de novos segmentos aprofundou o arco de reivindicações feitas sob a luta por desenvolvimento sustentável, com democracia, justiça, autonomia e liberdade.
Capitaneada pelas mulheres da região norte, a luta por água potável na Amazônia desponta entre outras bandeiras, como direito à terra, a creches, a manutenção do funcionamento de escolas rurais. “Mas de nada adiantará o alcance de todas essas reivindicações se a direita conseguir seu intento e derrubar a Dilma”, discursou Ivânia Teles, presidenta do sindicato dos Bancários de Sergipe e Secretária de Mulheres da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse que o governo não arreda o pé da luta pela reforma agrária e que o sonho da presidenta Dilma é de “que os espaços da agricultura familiar se transformem em espaços de vida” onde o usufruto das políticas públicas torne a vida decente. “Trabalhador não nasceu para ficar sob a lona”, a presidenta Dilma lhe disse.
Hoje, a secretária Marise Nogueira participou de sessão especial em homenagem à Marcha das margaridas no Senado Federal, a convite da Procuradoria da Mulher do Senado. Desde ontem estacionada no anel externo do estádio Mané Garrincha, a Unidade Móvel de Atendimento à Mulher do Campo e do Cerrado prestou acolhimentos àquelas que passaram pelo local. Hoje um dos equipamentos principais de atuação da Semidh, a Unidade Móvel surgiu como uma resposta às demandas da 4ª Marcha das Margaridas, em 2011.