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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
19/04/16 às 16h36 - Atualizado em 29/10/18 às 11h14

Tolerância institucional à violência contra a mulher

 

Na sexta-feira, 15 de abril, a secretária adjunta de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Vera Lúcia da Silva, da Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmdh), recebeu a visita da socióloga Guacira Cesar de Oliveira, uma das fundadoras do Centro Feminista de Estudo e Assessoria (Cfêmea).

Elas trataram de parceria para a realizar atividades de pesquisa sobre a tolerância institucional em relação à violência contra a mulher, no âmbito do Estado, e também de intervenção, voltada ao público em atendimento nos  equipamentos da secretaria, tais como os Centros Especializados de Atendimento à Mulher (Ceam) e os Núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (Nafavd).

 

Desmistificação

Concluída em 2014, uma pesquisa do Cfemea sobre “Elementos de Tolerância à Violência Contra a Mulher” inspira a proposta de realização de um trabalho em comum com a Sedestmidh. Segundo Guacira, uma das surpresas dessa pesquisa realizada com servidores públicos e com mulheres atendidas na rede de combate à violência contra a mulher no Rio de Janeiro foi constatar que áreas como a saúde eram mais problemáticas para a mulher – em especial,  à negra – que, por exemplo, a segurança pública.

Delegada aposentada, com experiência de quem esteve à frente da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) entre 2000 e 2004, a secretária Vera Lúcia acredita que trabalhos desse tipo tem a vantagem “de desmistificar, por se tratar de pesquisa científica”. Segundo ela, “o policial é o único funcionário que coloca sua vida em risco pela pessoa que atende”. Para a secretária, também não surpreende que os resultados encontrados sejam piores para as mulheres negras. “A violência contra a mulher negra é desconhecida”, disso, “é conhecida apenas por quem a vive”.

Até 20 de abril, a secretária adjunta deve acenar para o Cfêmea acerca da possibilidade do trabalho conjunto, que pode compreender também estender a parceria para assimilar e aplicar dinâmicas como “rodas de leitura”, “técnicas de redução de stress” e “terapia comunitária” a trabalho já em curso nos equipamentos da Sedestmidh.

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