Ações fazem parte da programação do Outubro Rosa em Brasília.
A Unidade Móvel de Atendimento à Mulher do Campo e do Cerrado, um dos equipamentos da Secretaria de Políticas para a Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Semidh), iniciou nesta segunda-feira, 5 de outubro, uma minimaratona por comunidades ciganas, indígenas e quilombolas do Distrito Federal. Nesta segunda, a primeira parada foi no acampamento de seu Wanderley Rocha, um dos dirigentes da Associação Nacional da Etnia Calon.
Situado na Rota do Cavalo, região rural porém próxima a área urbana de Sobradinho, o acampamento cigano é vizinho ao Condomínio Serra Verde, cujos moradores também foram convidados a participar das atividades. “É importante que a comunidade veja que quando o Estado se desloca para atender a um segmento em especial, não presta um serviço privativo, fechado a outros”, ressalta Murilo Mangabeira, gerente de comunidades tradicionais da Semidh.
Trabalhando em posto de saúde que funciona em espaço improvisado, a enfermeira Maria e duas agentes de saúde se deslocaram para fazer parceria com a Unidade Móvel. Em duas rodas de conversa, primeiro com mulheres e depois com os homens ciganos, a enfermeira trabalhou muitos temas, como a contaminação por vírus HPV e o câncer peniano, cujo enfrentamento conjunto, pelo público masculino e feminino, se faz mais eficiente.
Murilo Mangabeira elogiou o feeling da enfermeira, para formar a roda de conversa com os homens, que tiveram acesso a informações sobre a questão reprodutiva que têm impacto sobre os ritos de passagem. A enfermeira conversou sobre como algumas mulheres não sangram ao “perder a virgindade”, o que relativiza o juízo absoluto de “honra” ou de “desonra” que se costuma fazer diante da presença ou da ausência do “sangramento” na noite de núpcias.
Quilombolas primeiros
Pensada há vários meses, a visita da unidade móvel à comunidade cigana foi acompanhada por vários integrantes da Semidh. Além da equipe da gerência das unidades móveis, Conceição Nascimento e Neide Macedo estavam a gerente de educação para a diversidade, Lee Eliete, a gerente de pesquisa de gênero, Gardênia Cândido, o chefe de núcleo de diversidade cultural, Oswaldo Xukuru, e a gerente de acompanhamento e promoção de ações intersetoriais, Eliane Trindade.
Fernanda Santa Roza Ayala Martins, Ednólia Andrade e mais dois integrantes da equipe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial também reforçaram a visita à comunidade cigana. Amanhã, dia 06 de outubro, a Unidade Móvel volta à Sobradinho, para visitar a comunidade cigana de Seu Elias Alves, situada no Córrego do Arrozal, mais próximo à fronteira de sobradinho com Planaltina.
Quarta-feira, 07 de outubro, a parada é na Comunidade Indígena do Noroeste. Na quinta-feira, dia 08 de outubro, a Unidade Móvel visitará o Quilombo dos Mesquita, recentemente valorizado pela descoberta do trabalho que seus integrantes prestaram à equipe pioneira que demarcava o terreno para a construção de Brasília. Mais que pioneiros, quilombolas primeiros.