O Encontro de Economia Feminista e Solidária, principal atividade do projeto Selo Rede Mulher Artesã, cumpriu, na tarde de ontem, mais uma agenda. A equipe da Secretaria de Estado da Mulher foi ao Instituto Federal Brasília (IFB), em Samambaia, para reconhecer, conhecer, valorizar e divulgar o artesanato produzido pelas moradoras da cidade e região.
“A história do Distrito Federal não pode ser contada sem falarmos das mulheres, principalmente de vocês, mulheres que ousam, lutam, mudam o cotidiano de nossas cidades. Mais do que uma valorização do trabalho de cada uma, o Selo Rede Mulher tem outro grande desafio: contar a história que há por trás de cada um dos produtos fabricados pelas mãos de vocês”, considerou a secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia.
“Para quem o artesanato significa tudo, fica até complicado não reveler sua própria história”, disse a artesã e paisagista Maria Goreth Pereira, 53 anos, moradora de Taguatinga. Para ela, o trabalho manual representa perspectiva, satisfação e prazer. “Recebi o incentivo da minha cunhada, há mais de dez anos. Nunca fiz nenhum curso; acredito que seja um dom -”, revelou a jovem mãe de dois filhos.
Maria Goreth explicou que o artesanato não é a sua única fonte de renda; por mês, ela chega a ganhar R$ 1 mil com a produção, mas não é o suficiente para sustentar a família. Por isso, ela espera que o Selo Rede Mulher Artesã seja uma maneira de ajudar àquelas que mais precisam, reconhecendo e dando visibilidade ao trabalho de cada uma. “As artesãs do DF não são valorizdas; para muitos, nosso trabalho não é mais que um mero passatempo”, criticou.
O gerente de Cultura da Administração Regional de Samambaia, Nilson Souza, lembrou que, além da importante parceria com a Secretaria da Mulher, ações pontuais são realizadas na cidade, como a feira mensal em um ponto estratégico da região. “A realização do Encontro de Economia Feminista e Solidária é mais uma forma de reconhecer o trabalho de vocês, tão importante para o fortalecimento do arranjo produtivo local”, afirmou.
Saiba mais – O projeto Selo Rede Mulher é um instrumento de articulação do Programa Rede Mulher Artesã sob a perspectiva do Comércio Justo e Solidário, cujo objetivo é certificar e empoderar 50 grupos com material publicitário, catálogo e inserção na rede de comércio justo e solidário no Distrito Federal.
Na prática, a economia feminista aponta para a necessidade de visibilização, reconhecimento e valorização do trabalho das mulheres, destacando os trabalhos artesanais e manuais, os quais são quase sempre produzidos no ambiente doméstico. Diante disso, o Selo Rede Mulher irá contribuir para estimular o empreendedorismo e o cooperativismo feminino; efetivar canais permanentes de divulgação e escoamento da produção artesanal, entre outros.
Ao todo, mais 9 Encontros de Economia Feminista e Solidária serão realizados no Distrito Federal até o final de 2013. O próximo será na próxima quarta-feira, 10, na Cidade Estrutural.