Atividade reuniu cerca de 40 servidoras e servidores na Coordenação Regional de Ensino da cidade
O Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF) publicou no dia 18 de outubro, no Diário Oficial do DF, a Resolução Normativa nº 1/2012, que reformula e atualiza as normas para o sistema de ensino. O documento inclui artigo que assegura como conteúdo obrigatório, nos ensinos fundamental e médio, os direitos da mulher e todas as questões sobre gênero.
A Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF) acompanhou todo o processo até a publicação da norma e, agora, trabalha em parceria com o Conselho e com a Secretaria de Educação para aprimorar o conhecimento dos educadores acerca do assunto.
Neste contexto, a secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia, e a equipe da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres estiveram, na manhã do dia 5, na Coordenação Regional de Ensino de Ceilândia (CRE) para falar sobre Lei Maria da Penha e gênero – incluindo debates sobre machismo, patriarcalismo e sexismo. Este foi o 34º Mutirão de Informação, Formação e Cidadania – projeto “As mulheres dão as cartas”.
Após uma palestra sobre a história da Lei Maria da Penha, tipos de violência, aplicabilidade e medidas protetivas, a secretária Olgamir Amancia iniciou um debate sobre gênero. Em suma, destacou como, com o decorrer da história, a sociedade foi criando conceitos que colocam as mulheres em situação de inferioridade em relação aos homens e como, até hoje, algumas atitudes que desvalorizam as mulheres são banalizadas.
“A maioria acha normal que, em um relacionamento, sempre fique claro que, quem manda na relação, é o homem. Mas poucos sabem que cercear o direito de ir e vir da mulher, controlar sua vida financeira e subvalorizar a sua imagem são crimes e devem ser tratados com o rigor que a lei exige”, lembrou a secretária de Estado da Mulher.
A forma como a mulher é representada nos meios de comunicação, principalmente na TV, também foi muito debatida. Segundo os servidores da Coordenação de Ensino, sempre há um apelo muito grande relacionado ao corpo, colocando a mulher em uma situação de submissão e destacando seu valor como “objeto de desejo”.
Algumas músicas, notadamente as que chamam as mulheres de “cachorra”, “gostosa”, “potranca”, entre outros termos pejorativos, também foram trazidas para o debate. Para os participantes, é preciso haver uma legislação mais atuante, que proíba ou reveja os termos empregados em relação ao que é dito acerca das mulheres.
A servidora da CRE Valdenice de Oliveira, que colaborou com a organização do Mutirão, acredita que os conhecimentos compartilhados na manhã de hoje serão mais uma ferramenta de trabalho no dia a dia dos professores. “Além de informações para serem repassadas aos alunos, a troca de hoje permitirá que nós tornemos transformadores sociais, adeptos à luta contra a violência doméstica e familiar”, avaliou.
Saiba mais – O “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania” faz parte do programa Rede Mulher, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Mulher, que se caracteriza como uma política pública intersetorial, multidisciplinar e integrada, formulada sob a concepção do trabalho em rede.
Os mutirões têm objetivo de levar às mulheres residentes nas localidades prioritárias do programa informações acerca da Lei Maria da Penha, especialmente sobre as várias formas de violência contra a mulher, e dos serviços especializados de atendimento à mulher vítima de violência. Os mutirões se propõem, ainda, a funcionar como instrumentos de divulgação das políticas públicas que beneficiam diretamente as mulheres e como instrumentos de apoio à mobilização comunitária das mulheres para a adesão às políticas públicas do GDF e outras instituições.
Este foi o 34º Mutirão de Informação, Formação e Cidadania. Com o resultado de hoje, este projeto da SEM-DF já empoderou mais de 1.500 pessoas, incluindo homens e mulheres. Ao todo, serão 40 encontros até o final deste ano.