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9/05/13 às 14h46 - Atualizado em 29/10/18 às 11h13

Comunidade escolar do CEF 507 de Samambaia apoia luta por uma educação não-sexista

Em fevereiro deste ano, a Secretaria da Mulher lançou, em parceria com a Coordenação de Educação em Diversidade (CEDIV) da Secretaria de Educação, um dos seus grandes projetos para o ano de 2013: o GDF Fazendo Gênero na Escola. Um dos objetivos do encontro com a comunidade escolar é reforçar a importância da educação não-sexista como forma de construção de uma sociedade democrática baseada na equidade de gênero.

Olgamir Amancia, secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, explica que a demanda da atividade surgiu de três vertentes. “Temos o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres que, dentre várias diretrizes, busca promover a transformação da educação nacional rumo a uma educação inclusiva e não-sexista; a demanda da própria sociedade e a Resolução Normativa nº 1/2012, do Conselho de Educação do DF, que assegura como conteúdo obrigatório, nos ensinos fundamental e médio, os direitos da mulher e todas as questões sobre gênero”, detalha a secretária.

Desde o lançamento, foram realizadas nove edições do projeto, somente nas escolas públicas do Distrito Federal, que contou com a participação de 340 pessoas no total. A última edição aconteceu no Centro de Ensino Fundamental 507 de Samambaia Sul. O público presente, formado por professoras e professores, coordenadoras e coordenadores e o diretor da escola, Elisson Pereira dos Santos, acalorou o debate sobre cultura patriarcal, homofobia e os efeitos da violência doméstica e familiar na vida das mulheres e das crianças que presenciam as agressões.

Terezinha Barbosa Farias Vieira, coordenadora da Regional de Ensino de Samambaia, disse que o projeto adéqua-se totalmente à realidade da escola. “Precisamos apoiar as mudanças do contexto político-pedagógico em benefício das mulheres e da sociedade; este projeto tem esse objetivo”, afirmou. O diretor Elisson Pereira dos Santos corroborou a declaração da coordenadora e adiantou que irá reproduzir as palestras de introdução à dinâmica “As Mulheres dão as Cartas” na próxima semana, quando a escola abrirá suas portas para receber a comunidade. “As informações e a metodologia que a Secretaria da Mulher trouxe para a escola são diferentes, inovadoras. Vamos reproduzir a atividade no projeto interventivo: Discutindo sobre Gênero”.

Dhara Cristiane de Souza, da Coordenação de Educação em Diversidade da Secretaria de Educação, abordou a questão colocada pela resolução do Conselho: “Como podemos trabalhar gênero na escola?”. E informou que a CEDIV presta assistência às escolas nessa tarefa. “E o projeto GDF Fazendo Gênero na Escola é uma resposta concreta a essa questão”, completou Sandra Di Croce Patricio, subsecretária de Políticas para as Mulheres da SEM-DF.

O público presente, após um intenso debate sobre gênero, os efeitos da cultura patriarcal no cotidiano das mulheres – como a divisão das tarefas domésticas – e Lei Maria da Penha, apresentaram oito formulações sobre os temas propostos pela Secretaria de Estado da Mulher. Confiram alguns pontos:

Cultura patriarcal – “Agressões contra mulheres acontecem por causa de determinações sociais que impõem os valores da possessividade e da apropriação do chamado 'sexo frágil'. As relações socioeconômicas também influenciam esse processo.”;

Educação de meninas e meninos – “Meninas e meninos não são educados da mesma forma quando o assunto é cuidar da casa e da família – inconscientemente, e por causa da nossa cultura, as escolhas das tarefas reforçam o patriarcalismo.”;

Mulheres no poder – É imprescindível a presença das mulheres nos espaços de poder para representar e lutar pelos seus direitos e por políticas públicas para as mulheres.

O objetivo da SEM-DF é realizar 40 edições, nas escolas públicas e particulares, do projeto até o final de 2013. Com isso, a proposta da pasta é que, ao final do projeto, seja lançado o livro “Cartas das Educadoras e dos Educadores do GDF sobre gênero e sexualidade”, que servirá como um instrumento de trabalho permanente e representativo da cultura de gênero de todas as Coordenações Regionais de Ensino do Distrito Federal.

Agenda – Outras duas edições do “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania” – projeto “As mulheres dão as cartas” – acontecem hoje, no Auditório do Centro de Instrução e Adestramento de Brasília; e amanhã, na Associação Comercial e Industrial do Paranoá com as mulheres de terreiro do Paranoá, onde existem 12 terrreiros reconhecidos.

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