Nesta quinta-feira, 29, a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal realizou dois mutirões de Formação Informação e Cidadania. O primeiro foi pela manhã, no Conselho Federal de Contabilidade. O outro foi realizado pela tarde, no SEST/SENAT de Samambaia. Ao todo, mais de 120 pessoas puderam diálogar acerca de temas voltados para a questão da mulher, como a difusão de informações sobre a Lei Maria da Penha e o apoio às políticas públicas que beneficiam as mulheres do DF.
A atividade é um dos eixos de trabalho do programa Rede Mulher, que se caracteriza como uma política pública intersetorial, multidisciplinar e integrada, formulada sob a concepção do trabalho em rede. O mutirão contou, ainda, com palestras sobre a igualdade de gênero, as várias formas de violência contra a mulher e os serviços especializados para atendimento das vítimas. Assuntos como sexualidade, machismo e patriarcalismo também estiveram na pauta dos debates.
Para a Secretária Olgamir Amancia, o grande diferencial desse projeto da SEM-DF é o fato de levar informações a todos os cantos do Distrito Federal. Ela lembra que ainda acham existe uma cultura sexista na sociedade. “A maioria acha normal que, em um relacionamento, sempre fique claro que, quem manda na relação, é o homem. Mas poucos sabem que cercear o direito de ir e vir da mulher, controlar sua vida financeira e subvalorizar a sua imagem são crimes e devem ser tratados com o rigor que a lei exige”, disse.
A Assistente de serviços gerais, Tânia Márcia dos Santos, admite que não tinha dimensão da importância que é a luta contra a violência doméstica. “Eu via esse tipo de violência só nas áreas de menor poder aquisitivo. Mas percebi que não acontece só nesse meio. Está em todo lugar”, disse. Ela ainda afirmou ter saído muito esclarecida sobre os seus direitos. “Eu prestei muita atenção na Lei Maria da Penha. Eu achava que a violência era só física. Muitas vezes, por não conhecer a lei, a gente não age. Eu conheço uma pessoa que passa por esse tipo de situação (a agressão) e agora posso ajudar”, disse.
Já Gisele Cardoso de Sousa, Relações Públicas do CFC, acredita que o problema ainda é cultural e que encontros como este para reflexão ajudam. “Acho que o problema é mesmo cultural. Passa de pai para filho. Porque a sociedade é machista ainda? Porque as mães também ensinam os filhos a agirem dessa forma. Aqui, além de nos esclarecer, nos dá a segurança para disseminar essa informação. Está atingindo a mim e, indiretamente, mais outras três ou quatro pessoas”, conclui.
Balanço – Com os dois Mutirões de hoje, a SEM-DF encerra as atividades do projeto As Mulheres Dão as Cartas no ano de 2012. As atividades serão retomadas em março de 2013. As 40 edições do “Mutirão de Formação Informação e Cidadania” superaram as expectativas, que era atingir 800 mulheres até o fim do ano. O programa, que teve início em maio de 2012, empoderou quase 1700 mulheres. Quando o mutirão foi idealizado, estimava-se a realização de cerca de 20 encontros ao longo do ano.
Para a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Sandra Di Croce Patricio, o resultado obtivo nos primeiros seis meses do programa foi surpreendente. Ela atribui o sucesso à seriedade com que a pasta trata o tema e à qualidade da didática escolhida para os encontros. “Pensamos tudo de uma forma para que possamos realmente tocar essas mulheres. Adaptamos nossa linguagem para cada local onde vamos para que não haja ruído na comunicação. Mostramos a elas a atual situação da mulher na sociedade e como ainda somos tratadas como seres de menor importância. Isso as toca, chama atenção e assim o debate enriquece”, observou.