Nesta quarta-feira, 19, a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF) realizou mais um “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania”. A atividade é um dos eixos de trabalho do programa Rede Mulher, que se caracteriza como uma política pública intersetorial, multidisciplinar e integrada, formulada sob a concepção do trabalho em rede. Desta vez, o encontro aconteceu no Centro de Ensino Fundamental Pipiripau II, no Núcleo Rural Pipiripau, em Planaltina-DF.
Mais de 80 alunos, pais, professores e servidores da escola participaram da atividade, que teve palestras que trataram de assuntos como igualdade de gênero e Lei Maria da Penha. Também foram abordados temas como as várias formas de violência contra a mulher e dos serviços especializados de atendimento à vítima de violência. Assuntos como sexismo, machismo e patriarcalismo também estiveram na pauta dos debates.
A secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, reforça a importância de se levar conhecimento às regiões mais isoladas dos centros urbanos. “Os mutirões se propõem a funcionar como instrumentos de divulgação das políticas públicas que beneficiam diretamente às mulheres e como instrumentos de apoio à mobilização comunitária das mulheres para a adesão às políticas públicas do GDF e outras instituições”, explicou.
Os mutirões são concebidos para promover entre as participantes uma reflexão conjunta sobre como o machismo está posto na sociedade, e se devemos aceitá-lo ou não; como homens e mulheres podem contribuir para a construção de uma cultura baseada na igualdade de gênero; se ainda é aceitável que os homens agridam suas esposas; e qual é o papel de cada um para que haja uma reversão desta sociedade marcada pela desigualização. A dinâmica das atividades realizadas durante o encontro foi feita de forma que possibilitasse a contribuição e interação entre os presentes, enriquecendo, assim, o debate sobre os temas propostos.
Para o diretor do CEF Pipiripau II, Orlei Rofino de Oliveira, atividades como essa são fundamentais para a formação de pessoas mais conscientes e de uma sociedade mais igualitária. De acordo com ele, é importante o trabalho de reeducação sobre o papel da mulher na sociedade, mercado de trabalho e na família. “Na área rural, a informação que eles têm é o que vem da televisão. Não tem muita informação igual quem mora no meio urbano. Violência contra a mulher, assédio e pedofilia é algo que acontece na zona rural e, às vezes, as pessoas não sabem a quem recorrer. Não existe esse papel de inferioridade,” ressaltou.
A dona de casa Juliana Lopes de Jesus, que foi levar a filha à escola, aproveitou para participar do mutirão. Para ela, ter encontros como este já é uma vitória para as mulheres. ”Traz muita coisa nova pra a gente. Tem muita mulher que esconde que apanha do marido, simplesmente porque não sabe como se defender ou não conhece os direitos”, lembrou.