Amanhã, 26, o Programa Mulheres na Construção, iniciativa da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) – em parceria com a Secretaria da Mulher do Distrito Federal, com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) e com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) -, realizará a formatura de 172 mulheres. A solenidade acontecerá às 9h, no campus do IFB em Samambaia, na Boca da Mata. Estarão presentes a secretária da Mulher, Olgamir Amancia; o presidente do Sinduscon-DF, Julio Cesar Peres; o diretor-superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado; e o reitor do IFB, Wilson Conciani. Esta é a primeira turma a concluir o curso, que começou em abril de 2012.
O Programa Mulheres na Construção é uma proposta para qualificação de pessoas, prioritariamente mulheres, e beneficiários de programas sociais de transferência de renda. Na primeira edição, foram oferecidas cinco turmas, sendo três para pintora de obras e duas para azulejista, cada turma com 40 vagas. No segundo semestre, já foram oferecidas mais 240 vagas. Todos os cursos são ministrados pelo IFB.
Para a secretária da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, a qualificação profissional é um dos caminhos para a emancipação e autonomia das mulheres. “No setor da Construção Civil, estes valores assumem uma concepção ainda maior, tendo em vista que este é um ramo novo para a maioria das cursistas e que será conquistado e desbravado por elas, no Programa Mulheres na Construção”, explicou.
O diferencial deste curso é que vai além do ensinamento técnico. Ele oferta, também, noções de cidadania e direitos da mulher, direitos do trabalho, economia solidária e empreendedorismo, além de matemática e português aplicados, bem como conhecimentos relacionados à formação profissional de azulejista e pintora de obras.
“De cada 15 famílias monoparentais na região Centro-Oeste, 14 são chefiadas por mulheres”, afirma o diretor-superintendente da Sudeco, Marcelo Dourado. Para ele, investir nas mulheres é garantir a inclusão econômica e social das famílias envolvidas no programa. A Sudeco investiu mais de R$ 1 milhão no Mulheres na Construção.
A Construção Civil está em um momento de crescimento e com grande carência de mão de obra. As alunas que concluírem os cursos com êxito serão encaminhadas para empresas associadas ao Sinduscon-DF e poderão ser contratadas por meio de contrato temporário e em caráter experimental. “A prática é muito importante nesse processo. Vamos alocá-las de acordo com a localização de suas residências, o mais próximo possível”, destacou Julio Cesar Peres.
Caso contratadas, as alunas também poderão usufruir dos benefícios oferecidos pelo Serviço Social do Distrito Federal (Seconci-DF), que é o braço social da Construção Civil no DF. Quando efetivadas, todas as trabalhadoras terão direito a atendimento médico, odontológico, aulas de informática e alfabetização.
Expectativa
A auxiliar de serviços gerais Ana Sales, 65 anos, não vê a hora de pegar seu diploma e entrar, definitivamente, para o mercado de trabalho. “Venho para o curso à tarde e depois vou para a Rodoviária do Plano Piloto, onde trabalho a noite toda. Quero inverter esta realidade e trabalhar em uma obra durante o dia, para ter condições de estudar à noite. Hoje, quem não se qualifica não conquista bons empregos. Precisamos de formação e informação o tempo todo”, avalia a animada senhora.
Quem também está com boas expectativas em relação ao futuro é a dona de casa Lucilene Gomes da Silva, 44 anos. “O setor da Construção Civil é um ramo totalmente novo para mim, mas obtive a qualificação necessária para ser uma excelente profissional. Quero muito ser contratada após o estágio, pois o salário é bom, digno de oferecer melhores condições de vida aos meus filhos”, espera a aluna.
Mercado
Nos últimos três anos, o setor da Construção Civil cresceu, aproximadamente, 25% no DF, com um volume de negócios estimado em R$ 3,5 bilhões anuais. O setor emprega, sozinho, cerca de 90 mil trabalhadores no DF, de acordo com a última Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF (PED-DF). Isso sem contar os empregos indiretos. A participação das mulheres na Construção Civil cresceu mais de 8% nos últimos 18 meses. Em 2011, eram 221 mil trabalhadoras. Até julho de 2012, a fatia chegou a 239 mil mulheres. De acordo com a PED-DF, a mão de obra feminina está visada, principalmente, para serviços de acabamento, como pintura e cerâmica. Entre as mulheres que possuem o ensino superior, 79,3% estão inseridas no mercado de trabalho. Em dez anos, a participação de mulheres com nível superior, atualmente no mercado de trabalho, passou de 18,1% para 24,1%.
Serviço
O que: Formatura do Programa Mulheres na Construção
Quando: 26 de setembro, a partir das 9h
Onde: Auditório do IFB de Samambaia, Lote Z, Complexo da Boca da Mata – Samambaia Sul
Informações: (61) 3355-8080